Tenho as amarras do passado a estrangularem-me a essência, uma dor corrosiva e persistente a agrilhoar-me ás memórias e a impedir-me de caminhar. Já não choro. Chorar para quê, se as lágrimas há muito deixaram de ser suficientes para expressar a dimensão do sofrimento que se instalou nos recantos mais recônditos da minha alma ? Sufoco em mim mesma, afogada no vasto mar de desilusões que me preenchem as horas vagas. Quero gritar, mas perdi a minha voz. No entanto, na minha cabeça há berros ensurdecedores, lamentos gritantes, semelhantes a uma música a tocar em repeat. Canso-me dos meus próprios pensamentos, da minha companhia, da minha eterna solidão... Vivo como se olhasse através de um vidro fosco, as cores parecem-me mortiças, como os meus olhos, os contornos indefinidos, como o rumo da minha vida, numa sensação permanente de irrealidade distante, de isolamento...É como viver no meio do nevoeiro, na expectativa de que numa qualquer madrugada ele se dissipe e eu seja finalmente capaz de avistar o céu...
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