...Quase inteira



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É uma ânsia visceral, que nasce nas entranhas, toma conta de todo o corpo e quase me leva á loucura. É carência, depender do teu beijo, do teu toque para conseguir respirar.É urgência, na forma como te agarro, como se amanhã fosse tarde demais... É angústia, o modo como entrelaço as pernas na tua cintura, como se apenas tu me pudesses impedir de cair... É desespero cada arranhão das minhas unhas na tua pele, como se procurasse agarrar-me aos resquícios da minha sanidade...É agonia, a minha respiração ofegante, e os gemidos sussurrados no teu ouvido, como preces, para que me salves, como se o pudesses fazer... É negação o frémito que me agita o peito, como se entregar-me pudesse desencadear um cataclismo a que não sobreviveria.

É entregar o meu corpo e revelar a minha alma, o melhor de mim e o mais obscuro, numa dança frenética, privada, só para os teus olhos, e amanhecer esgotada de todas as palavras que não foram ditas, perdidas, na contemplação de um momento em que fui quase inteira...

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