Razões...



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Não entendes a frieza que habita entre nós, no lugar onde morava caloroso entendimento,  ou a ausência, indiferente, de quem costumava  necessitar desesperadamente da tua presença... Não entendes  os silêncios, prolongados e distantes, que silenciaram as lânguidas conversas de noites inteiras ou as palavras  antónimas aos carinhosos poemas de outros dias...

Dou por mim a escudar-me do medo nesses silêncios demasiado gritantes e ausências intermináveis...

Sabes, quando foste embora, deixaste-me a alma a sangrar e o coração em ferida... Não conseguia respirar livremente, não era capaz de recordar-te porque não havia um único pedaço de mim capaz de não sofrer... Tu estilhaçaste-me em milhares de fragmentos... Eu era apenas uma sombra, uma total ausência de mim...um nada que apenas existia num imenso vazio de ti...

Magoaste-me... E eu perdoei... Mas não esqueci...  E apesar de não me lembrar de quem era para ti antes de me magoares, a dor é um sentimento que difícilmente se apaga da alma e que se teme mais do que o vazio... E dela eu lembro-me bem.

Não perguntas... e ainda assim suspeito que sabes a resposta, capaz, como só tu, de me ler nas entrelinhas e me desvendar a alma.

As minhas pessoas...



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As minhas pessoas são constantes na minha vida, apesar da inconstância das circunstâncias... Sao aquelas que estão longe, mas que me permanecem no coração, como um pedaço de mim solto pelo mundo... São aquelas com quem não falo todos os dias, mas cujas palavras permanecem vibrantes na minha cabeça e cujas vozes recordo nitidamente a toda a hora, como se me estivessem a segredar ao ouvido... As minhas pessoas são aquelas que me abraçam e cujo abraço diz mais do que qualquer frase feita...  São as que choram comigo quando a vida torna difícil sorrir e as que me levam ás lágrimas de tanto rir da estupidez do Mundo...

As minhas pessoas são aquelas que não se importam de dormir menos horas num dia da semana, sabendo que se vão deitar tarde, e que no dia seguinte o despertador impiedoso vai acordá-las bem cedo para o trabalho, apenas para jantarmos juntos e celebrar qualquer pequena conquista... São aquelas que fazem uma longa viagem apenas para se sentarem num silencio tranquilo enquanto desabafo as mágoas de um dia menos bom...
As minhas pessoas são aquelas que sabem que eu não sou de saídas até de madrugada e, mesmo assim, convidam-me sempre para uma boa noitada... São aquelas por quem eu vou, a resmungar todo o caminho, até um bar qualquer, e que acabam por fazer dessa noite uma das melhores da minha vida... São as que combinam cafés de todas as vezes que estamos juntos, e acabamos por adiá-lo, porque não encontramos horas compatíveis, porque gostamos de estar sossegados no nosso cantinho, porque não nos apetece ver ninguém ou simplesmente, estamos com preguiça de sair de casa... E está tudo bem... As minhas pessoas são aquelas com quem um café a meio da tarde, leva a um jantar á noite e a uma noite de cinema ou jogos caseiros....

As minhas pessoas são as que entram em minha casa a qualquer hora, do dia ou da noite porque se sentem sós  ou porque simplesmente lhes sabe bem a companhia... São as que mudam o canal de televisão a meio de um programa, sem pedir autorização e ignoram as minhas reclamações... São as que se sentam no meu sofá e se cobrem com a minha manta, acabando por adormecer e me deixam enternecida...

As minhas pessoas são aquelas a quem posso dizer aquilo que me vai na alma, sem ser politicamente correcta, a verdade nua e crua e que não me vão julgar... São as que num momento me vêem a rir e no seguinte irritada e apenas me dizem, com um sorriso parvo, o quão frustrante, incompreensiva ou difícil consigo ser, são as que me vêem reclamar do mundo e me perguntam se acordei com os pés de fora... As minhas pessoas são as que me irritam só pelo prazer de ouvirem uma resposta ácida.... São as que passam horas a trocar insultos e a desconversar... As que se sentam ao meu lado com os head  phones e o portátil enquanto trabalhamos... As minhas pessoas são as que me conhecem as fraquezas e as forças e que nunca as usam em seu proveito... São as que me lêem a alma só com um olhar e que me amam por quem eu sou, mesmo quando eu não mereço...

As minhas pessoas são aquelas por quem faço coisas destas... E por quem faria tudo novamente...

Café



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Adoro café...

Tinha 15 anos quando bebi o meu primeiro café, numa pastelaria ao pé da escola secundária onde estudava e onde, invariavelmente, o meu grupo de amigos matava o tempo entre a hora a que chegavamos à escola e a primeira aula da manhã, no meio de cadernos, trabalhos de casa feitos às três pancadas e risos, tantos risos... Gostei tanto do sabor reconfortante daquela bebida quente, numa manhã de inverno tão fria, que bebi outro... Nunca mais deixei de beber café... O café foi, ao longo dos anos, o meu aliado nas longas noites de estudo enquanto frequentei a Universidade, e depois disso, quando o trabalho me obrigava a maratonas nocturnas... Foi e ainda é, o meu calmante, sim, parece impossível, eu sei, mas sinto-me sempre mais calma depois de um café, nos dias tristes em que a vida parece demasiado difícil de suportar e me apetece viver escondida num buraco, longe dos dramas e preocupações do dia a dia...

O café é a minha bebida preferida, não apenas pelo sabor, mas porque me aquece a alma... é mais do que apenas café... Lembra-me conversas à volta da mesa de jantar, segredos murmurados, desabafos, lágrimas partilhadas, gargalhadas incontidas...  Lembra-me páginas em branco, livros por ler e  máquinas de escrever antigas... Lembra-me viagens de comboio e faróis perdidos... Lembra-me amanheceres cheios de sol e finais de tarde chuvosos... Lembra-me partidas e reencontros, finais e recomeços...  Lembra-me amor, paixão, desejo... E amizade, confiança, lealdade... Lembra-me de quem gosto e de quem gosta de mim...

Gosto do café amargo, sem açúcar e, dependendo se é Inverno ou Verão, quente ou com gelo... Não sei se há algum teste do tipo "o que o seu café diz acerca da sua personalidade" mas gostava de saber o que a minha paixão por café diz sobre mim...

Adoro café...

Adeus não...



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- Adeus pequena. - Dizes, envolvendo-me no teu abraço familiar e fazendo-me uma festa no cabelo. Mais do que o gesto, as palavras que escolhes para te despedires de mim magoam-me. Encosto a testa no teu ombro e inspiro, na tentativa de me acalmar e de conseguir segurar as lágrimas prestes a começarem a cair. Sou traída pelo teu perfume... mais uma dolorosa recordação que me assombrará nos próximos meses. As lágrimas salgadas molham a tua camisa, e percebes que estou a chorar. Afastas-me gentilmente e a minha visão turva descobre os teus olhos inundados de compreensão.

- Odeio que digas adeus... - digo-te entre soluços, colocando o indicador sobre os teus lábios ao ver-te abrir a boca para responder - Já sei que tens de ir, e sim, por mim não ias a lugar nenhum, mas não é a isso que me refiro. - continuo, ciente de que te preparavas para me explicar, pela milésima vez, as razões para a tua partida. - Refiro-me a dizeres adeus. Odeio que digas isso. Adeus parece uma despedida definitiva... como se nunca mais nos fossemos voltar a ver... como se um de nós fosse morrer...Como se nunca mais pudesse voltar a abraçar-te, a ouvir a tua voz, a olhar-me nos olhos... Odeio essa palavra... Escolhe outra expressão qualquer... Até depois, por exemplo... Qualquer coisa que me dê esperança...A que me possa agarrar quando não estiveres aqui e que me ajude a sobreviver á tua ausência... Que soe a promessa de um reencontro marcado... Adeus não. Adeus nunca. - Termino com a voz embargada.

Puxas-me para os teus braços, das-me um beijo protector na testa, de olhos fechados e murmuras -Prometo pequena - e sais, com a mala na mão, sem nunca olhares para trás, sem nunca olhares para mim. Sei que escondes as tuas próprias lágrimas, que escondes de mim a tua própria dor. 

 Fico á porta, a contemplar o vazio, no exacto local onde saíste do meu ângulo de visão, durante muito tempo, com as lágrimas a correrem livremente... Não me apercebo do cair da noite, dos sons da rua a silenciarem, um por um até se extinguirem á medida que as horas passam... Limito-me a chorar.




Hoje apetece-me...



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Acordo com a luz pálida a entrar pela janela e o som do vento a agitar as árvores do jardim, da chuva a bater na vidraça. Espreguiço-me e olho para o relógio na cabeceira da cama. Bolas! Suspiro, resignada perante a ideia de ter de me levantar e enfrentar o frio da rua, o barulho do trânsito, as conversas de café... Olho para ti, ainda adormecido e perco a coragem de abandonar a cama. Está quentinho aqui e não me apetece saír. Viro-te as costas, aconchego-me no teu corpo e tu colocas o teu braço á minha volta. Quero ficar aqui... Onde me sinto protegida e em paz.

Hoje apetece-me... apetece-me ficar no teu abraço, quente e aconchegante, enquanto dormes profundamente e o teu respirar me acalma, qual canção de embalar,  até voltar adormecer... Apetece-me ser acordada, horas mais tarde, pelo teu beijo e a tua voz a sussurrar no meu ouvido, ligeiramente sobressaltada, dizendo-me que adormecemos os dois e estamos atrasados para o trabalho. Apetece-me abraçar-te e dizer-te que não vou trabalhar e que estavas tão querido que não fui capaz de te acordar... Que quero ficar em casa todo o dia a preguiçar e a namorar... Apetece-me ver-te hesitar, na dúvida entre ser responsável e ceder á vontade, enquanto te beijo... e por fim soltar um "que se foda" que me faz rir enquanto me puxas para ti e te tornas naquilo que chamo de ilegalmente carinhoso. Apetece-me ficar na cama a recuperar da maratona de paixão, transpirada e ofegante, enquanto as tuas mãos quentes deslizam pelas minhas costas nuas, acariciando-me e voltando a despertar-me o desejo de ti... Apetece-me ver-te levantar de mansinho, pensando que eu adormeci, e dirigires-te á cozinha, vestindo o roupão pelo caminho, para preparares torradas e voltares a acordar-me com o pequeno-almoço, que por esta altura já deveria ser almoço...  Apetece-me ver-te desistir do pequeno-almoço quando ouves a água do chuveiro caír e não resistes a entrar no banho comigo, e os 10 minutos que levaria se tornam numa hora, enquanto á nossa volta o vapor de água embacia o espelho que reflecte os nossos corpos colados, os meus gemidos ecoam na parede, perdendo-se nos teus, e as tuas mãos se entrelaçam nas minhas, deixando impressas as nossas palmas no vidro embaciado...e tu seguras-me quando perco os sentidos, e ouço a tua voz rouca e ofegante na minha nuca  "Foda-se...és boa demais para seres verdade..." quando também tu te deixas ir...  Apetece-me saír do banho, enrolada na toalha e aninhar-me entre as tuas pernas, enquanto vemos desenhos animados na cama e comemos finalmente as torradas, trocando um beijo ou uma caricia de vez em quando, rindo como dois adolescentes apaixonados... Não é isso que somos?   Apetece-me vestir qualquer coisa confortável e saír, deixando a cama por fazer, agora que a chuva parou, para tomar um café num sitio qualquer, e ficar sentada junto de ti, vendo a tua expressão mudar enquanto lês o jornal e brincas distraidamente com uma madeixa do meu cabelo...Apetece-me ver-te olhar para mim, e sorrires, quando percebes que estou imóvel há demasiado tempo, perdida na contemplação do teu rosto e inclinares-te para me beijar os lábios e afagar-me o rosto...
Apetece-me sentar no chão, aos pés do sofá, com um livro, enquanto vês televisão e te sobressalto de vez em quando com uma gargalhada em reacção ao que estou a ler e ver-te espreitar por cima da minha cabeça, tentando perceber o que me fez rir...
Apetece-me fazer o jantar, contigo ao pé de mim e sentir as tuas mãos na minha anca, quando me levantas e me sentas sobre o balcão da cozinha e me beijas carinhosamente, pousando depois o indicador do meu nariz,  rindo quando eu o tento morder e dizes "és tão bonita...adoro ver-te cozinhar... " e não te deixo acabar a frase, beijo-te, com o coração a bater descompassado, perante a tua sinceridade, perante a sorte de me quereres... a mim.
Apetece-me terminar o dia no sofá, com pipocas e gomas, a ver um filme idiota qualquer, com a cabeça encostada no teu peito e interromper subitamente o silêncio, torcendo-me nos teus braços para te olhar e dizer-te que te amo, apenas para te ouvir replicar "eu sei... mas eu amo-te mais..." e passarmos o resto do filme a trocar argumentos acerca de qual de nós ama mais não chegando a nenhuma conclusão que não seja que os dois amamos...até tu decidires pôr fim á discussão com um ataque de cócegas a que me tento esquivar, falhando miseravelmente e acabando a rir até ás lágrimas...

Hoje apetece-me simples e descomplicado... Apetece-me nós os dois, duas peças que se encaixam perfeitamente em todos os sentidos...Hoje apetece-me ser feliz... contigo.

Tive saudades...



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-Tive saudades... Ouço mal entro, ainda sem fechar a porta nem pousar a mala. Sorrio. É sempre assim que me recebes depois de uma viagem, de uns dias fora em trabalho, de uma saída mais demorada...Fecho a porta, ainda sem me voltar para te olhar, muito devagar, numa lentidão propositada. Deixo caír a mala e olho finalmente para ti. É uma visão que ainda me deixa sem ar, mesmo depois de todo este tempo. Sorris-me, encostado á parede, com os braços cruzados sobre o peito nu. Corro no espaço exíguo que nos separa, lançando-me para os braços que entretanto abriste, á minha espera. Na minha cabeça, o "lar, doce lar", nunca fez tanto sentido como quando regresso a casa e te encontro assim, tranquilo e relaxado... o meu porto de abrigo.

Fazes-me rodopiar e sinto a parede fria nas minhas costas. Entrelaças os teus dedos nos meus, habilmente, e prendes-me os braços acima da cabeça, com o olhar fixo no meu. Arqueio a sobrancelha com o meu melhor sorriso trocista no rosto. - Provocadora. - Acusas-me também a sorrir, com aquela expressão de quem sabe muito bem que vai conseguir o que quer. Viras-me de costas e em menos de nada o meu vestido azul está no chão aos meus pés, e as tuas mãos cobrem os meus seios, como se fossem feitas especialmente á medida para isso. Sinto a tua respiração quente na minha nuca quando me beijas o pescoço. Mordes-me, provocando-me um arrepio, bem diferente daqueles que ainda há instantes sentia no ar frio da rua e estou novamente de frente para ti, quando me pegas ao colo. Rodeio-te a cintura com as pernas, perdendo as minhas mãos no teu cabelo, procurando a tua boca com a minha.  Sinto o teu hálito quente quando esmagas os meus lábios num beijo ávido. Puxo-te o cabelo e um gemido gutural sai-te da garganta perdendo-se no nosso beijo. Afastas os lábios dos meus e murmuras "tive mesmo saudades tuas" e voltas a beijar-me, daquele jeito que pede mais e mais de mim e a que não me nego.  Arqueio o corpo e deixo escapar um gemido baixinho, quase um lamento, quando entras em mim. Pressiono o meu corpo contra o teu, liberta já da sensação de vazio que sinto sempre que não estás comigo, pedindo por ti, querendo sempre mais de ti. Beijo-te o peito e sussurro qualquer coisa incoerente enquanto sinto a tensão abandonar-me, substituída por algo diferente, infinitamente melhor...Encosto a minha testa á tua, e estamos olhos nos olhos mais uma vez... cravo as unhas nas tuas costas, fecho os olhos, completamente perdida, sem razão, sem noção e deixo-me ir, semi inconsciente e levando-te comigo...

Quando recupero a plena consciência, estou deitada sobre o teu peito, com o teu braço protector a aconchegar-me contra ti, e acaricias-me o cabelo ao de leve. Levanto o rosto para te olhar, só porque adoro olhar para ti quando estás assim, indefeso e transparente, saciado de mim e soltas uma gargalhada que te faz estremecer o corpo e me faz rir também. Levanto-me.

- Tenho de viajar mais vezes. - Digo-te, enquanto te deito a língua de fora. Corres atrás de mim até ao quarto e deixo-me apanhar, rindo como perdida e caimos os dois sobre a cama...

Já sei que não ficamos por aqui. Porque eu também tive saudades tuas.

Tive tantas saudades tuas.

Tu não sabes...



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Nunca tinha reparado nas mudanças subtis no castanho dos teus olhos, até estarmos frente a frente e os ver escurecer, á medida que a tristeza os invade. Quero dizer alguma coisa que dissipe a névoa que lá se instalou, mas o nó na garganta impede-me de falar e desvio o olhar. Sinto o calor da tua mão, quando pegas na minha e ao levantar novamente o olhar para o teu rosto vejo um meio sorriso apagado. Dizes-me que a culpa não é minha, que só queres que seja feliz... e pedes desculpa. Pedes desculpa pelas coisas desagradáveis que disseste,  por me fazeres ficar triste... Prometes que estarás sempre do meu lado, que poderei sempre contar contigo... E eu continuo em silêncio.

Se começar a falar, não serei capaz de conter as lágrimas, irei desfazer-me em mil pedaços na tua frente e tudo se tornará infinitamente pior. Sei que interpretarás mal as minhas lágrimas. E como cobarde que sou, deixo que me consoles, quando deveria ser ao contrário e calo as mentiras que vinha preparada para te dizer... Calo as recriminações e os absurdos que sei que te afastariam definitivamente de mim...

Finjo um sorriso que não sei se te conseguirá iludir e limito-me a murmurar um obrigada. E vejo-te levantar e sair para a rua cheia de sol.

Não conheces as mentiras que calei. E não imaginas as verdades que me levaram a calá-las. Não sabes que preciso de ti e que a simples ideia de te afastar, ainda que com mentiras, abre um imenso buraco no meu peito capaz de me fazer sangrar até á morte. Não sabes que te quero demasiado para ser capaz de viver tranquila sabendo-te distante e magoado. Não sabes que me é muito mais simples viver com o teu olhar carregado de mágoa por perto do que saber que os teus olhos se iluminam longe de mim. Não sabes que magoar-te continuamente, de todas as vezes que, inevitavelmente, os nossos caminhos se cruzarem, é mais fácil do que magoar-te apenas uma vez e nunca mais te encontrar pelo caminho. Não sabes, enfim, que sou egoísta e que suportar a tua dor me parece mais possível do que suportar o meu sofrimento pela tua ausência. Ou saberás?

E enquanto caminho pela cidade, com o sol já a pôr-se, perco-me na constatação de que nunca serei tão altruísta como tu, de que terei de viver com a culpa do que te fiz. Não tenho culpa? Não sou outra coisa que não culpada. E nem sequer posso pedir-te perdão...Nem sequer o mereço...
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