Cruzamo-nos por acaso. E tu escolheste-me. Era ingénua, já uma mulher, mas com alma inocente de menina. O teu jeito, tão único, cativou-me. Não sabia que quem me dizia as mais belas palavras, seria também capaz de pronunciar as mais cruéis. Não sabia que a cúmplicidade viria a desvanecer-se numa névoa de estranheza. Não sabia que o riso daria lugar a lágrimas. Não sabia que uma curta presença poderia tornar-se na mais excruciante ausência. Escolheste-me apenas porque era crédula, porque ainda conseguia ver e acreditar no melhor de cada um. Acreditava em contos de fadas e histórias de princesas, em sapos que se transformam em principes...Confiei em ti...E tu escolheste-me a mim para me dilacerares a alma e me estrangulares a inocência...Não foi por falta de aviso. Disseste-me várias vezes o quão indiferente à dor alheia conseguias ser. Nunca acreditei em ti. Parece irónico que tenha acreditado em todas as mentiras e fantasias e nunca o tenha feito com a única verdade que me disseste. Agora não acredito em nada. Nem fadas, nem princesas, nem sapos que se transformam em principes. Ainda assim, aquele pequeno cantinho da minha alma que sobrou depois de teres estilhaçado tudo o resto ainda sofre. Sofre quando recorda o tanto que teve e foi e vê o nada que tem e é. Será que foi por acaso?
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