E eu, a eterna indiferente, permanecerei em silêncio, não te olharei, não chorarei. Partirás com a certeza que nunca te amei, convicto, tu, senhor da verdade absoluta, que não me importo, que a tua ausência não faz qualquer diferença. E à medida que o tempo avançar, que a vida passar por ti, eu tornar-me-ei numa memória distante, desfocada pelo tempo. Talvez uma música te lembre de mim, de vez em quando, num momento de nostalgia, que logo reprimirás, lembrando a minha frieza, a minha indiferença. Não sabes que te amei. Nunca to disse. Amei-te com toda a minha alma, com todo o meu coração, num silêncio assustado, de quem tem medo de se ver ferida. Abandonar-me-ás e nada farei para te impedir pois estarei despedaçada, despojada de qualquer sentimento, exceto dor, petrificada para sempre neste silêncio gritante que me rasga a alma e me fere os tímpanos. Alguma vez te direi as palavras que me queimam a língua mas que teimam em não saír? E porque deverei eu dizê-las? Não bastará sentir? Partirás, e as palavras ficarão caladas, gravadas na minha alma e apenas sentirei.
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