Aquele sentimento outra vez. Como se um ultimo acto de loucura, uma demonstração da minha fragilidade emocional, causada pelos copos que bebi a mais numa tentativa que nem sei bem se foi de mostrar que estou óptima ou de silenciar a saudade, pudesse mudar tudo. São 3 da manhã e tenho vontade de te ir tocar á campainha só para gritar na tua cara todos os teus estúpidos erros, para te dizer todas as palavras duras que calei durante tanto tempo, para te magoar como fizeste comigo e para chorar no teu abraço enquanto por entre soluços te digo o quanto me fazes falta. Mas não vou. Continuo a fitar o copo vazio, com o mesmo sentimento de insanidade que tomou conta de mim nos meses que se seguiram á tua partida. Sei que sentirias por mim. Sei que ficarias magoado. Sei que voltarias, apesar de tudo. Mas eu sou orgulhosa, teimosa. Jamais te iria mostrar o quão despedaçada me sinto desde aquele dia. Nunca te direi que já não respiro livremente desde que foste embora. Que os dias e as noites já não fazem sentido, são apenas tempo interminável que terei de suportar sem ti. Não te deixarei ver-me assim, reduzida a esta letargia que me consome a alma, a estas lágrimas que caem quase sem que eu perceba. Não te procuro, em vez disso, bebo mais um copo, engulo as lágrimas, ponho um ar de indiferença e finjo que estou bem.
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