Incompleta



0 comentários


Quando penso em ti, tenho invariavelmente a companhia das lágrimas.Já me habituei ao teu silêncio, já me conformei com o teu adeus, mas, apesar de toda a mágoa, de todo o ressentimento, de todo o mal que me fizeste, sinto-te a falta. Eliminei quase tudo o que me lembrava de ti. Apaguei todas as tuas palavras, aquelas que pensava terem sido escritas a pensar em mim, com a alma, mas que mais não foram do que produto da necessidade de provares à tua mente retorcida que conseguias iludir-me. Já não ouço algumas das músicas que costumava ouvir, apenas porque sei que também as ouves e não quero ter nada a ligar-me a ti. Aquela transparência que te permitia perceber o que estava a sentir, mesmo quando eu não o dizia, desapareceu. Apenas as lágrimas ficaram como tributo á  tua maldade. E uma cicatriz de solidão, mesmo no lugar de onde me arrancaste o melhor pedaço de mim.
É por isso que te sinto a falta. Porque me sinto incompleta sem essa parte de mim, porque quero de volta as palavras sinceras e sentidas, e ser capaz de me abandonar a elas, quero as melodias que me embalavam a ingenuidade e ser ainda inocente, quero a sinceridade quase incómoda que existia em mim e poder não mentir a mim mesma quando digo que te odeio.

0 comentários:

Enviar um comentário

newer post older post