O coração acelera, a boca fica seca, as mãos tremem. Não consigo pensar com clareza, há uma espécie de nevoeiro que me tolda o raciocínio e me deixa os pensamentos em torvelinho. Não consigo pronunciar uma única palavra correctamente, limito-me a balbuciar com incoerência. As lágrimas acumulam-se no meu olhar e tudo me parece estranhamente desfocado, uma espécie de realidade alternativa, como se olhasse através de um vidro fosco. Os sons que me chegam parecem abafados, como se tivesse a cabeça debaixo de uma almofada. A minha respiração é irregular, quase como se estivesse prestes a sufocar.
Sinto-me como se estivesse no meio de um furacão, a ser atirada de um lado para o outro, sem conseguir escapar, incapaz de encontrar uma saída ou solução...
Sinto-me vulnerável, exposta, nua, sem poder escudar-me na ironia ou no sarcasmo para esconder as minhas fragilidades, os meus medos. Não gosto de me sentir indefesa e desprotegida, de sentir que poderei ser magoada. Pela primeira vez em muito muito tempo não me posso esconder atrás de um sorriso ou de uma piada.
Tenho de avançar, mas temo que o meu passo incerto apenas me leve por um caminho demasiado tortuoso onde possa cair e ser incapaz de me levantar...
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