Amou-a, apesar das mil e uma sombras que lhe bailavam no olhar, ocultando-lhe o cintilar sonhador que sabia lá habitar...
Amou-a quando o sorriso teimava em não aparecer, prisioneiro da tristeza que lhe devastava a essência, e quebrou as correntes, libertando-o, para que se derramasse sobre o mundo…
Amou-a, com as lágrimas a correrem soltas pelo rosto, gotas de chuva, num qualquer inverno sombrio, que só o sol quente que ele era, lhe secou...
Amou-a, ainda sem a saber desfeita em mil pedaços, estilhaçada, uma e outra vez, em milhares de fragmentos tão ínfimos que quase se desfez em poeira, e que ele foi juntando, um a um, até a fazer inteira novamente..
Amou-a, conhecendo-lhe já a obscuridade, e tratando por tu os demónios instalados na sua alma, iluminou-a, fazendo-os recuar até aquele lugar esconso que trancou a sete chaves...
Amou-a, mesmo com os silêncios obstinados, que teimosamente interpunha entre os dois, tentando mantê-lo à distância, convencida de que não lhe merecia tanto apego.
Amou-a enfim, mais do que por aquilo que parecia ser, por quem era, com todas as imperfeições que apenas ela via, que aos olhos dele, eram apenas a prova suprema da humanidade dela, da sua fragilidade, o indício perfeito da necessidade de a proteger.
Amou-a… e continuaria a amá-la, para lá do tempo, do espaço e das circunstâncias.
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