És como uma prisão sem grades na janela. Encarceras-me em ti mas deixas-me a possibilidade de fuga. Cercas-me com os teus muros lúgubres, mas permites-me respirar liberdade. E eu respiro-a, sinto-a ao alcance de um passo, mas fico sentada no chão da minha cela. Não sou capaz de caminhar em direcção a essa liberdade. Assentaste a prisão em que te transformaste numa base de silêncio impenetrável. Não gosto de ter o silêncio como companhia nesta cela sombria. Por isso grito, muito embora não ouças os gritos que ecoam entre as paredes da minha alma. E eu sei que posso fugir, mas não o farei. Não enquanto não souber qual o meu crime, porque fui julgada e condenada sem ter direito a uma defesa. E quando o souber, não fugirei. Clamarei inocência, derrubarei as paredes da minha cela, os muros que ergueste em torno de mim e libertar-me-ei.
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